Blog do Osmar Pires

Espaço de discussão sobre questões do (ou da falta do) desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira e goiana, em particular. O foco é para abordagens embasadas no "triple bottom line" (economia, sociologia e ecologia), de maneira que se busque a multilateralidade dos aspectos envolvidos.

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Pós-Doc Dir. Humanos PPGIDH-UFG, D.Sc. C. Ambientais, M.Sc. Ecologia, B.Sc. Direito, Biologia e Agronomia. Escritor Academia de Letras de Goiânia. Autor de A gestão do espaço urbano e a função socioambiental da cidade. Londrina, PR: Sorian, 2023. 404p. O efeito do combate à corrupção sobre os direitos humanos... Goiânia: CegrafUFG, 2022. 576p. Família Pires... 3. ed. Goiânia: Kelps, 2022. 624p. Perícia Ambiental e Assistência Técnica. 2. ed. Goiânia: Kelps/PUC-GO, 2010. 440p. A verdadeira história do Vaca Brava... Goiânia: Kelps/UCG, 2008. 524p. Arborização Urbana e Qualidade de Vida. Goiânia: Kelps/UCG, 2007.312p. Introdução aos SGA's... Goiânia: Kelps/UCG, 2005. 244 p. Conversão de Multas Ambientais. Goiânia: Kelps, 2005, 150p. Uma cidade ecologicamente correta. Goiânia: AB, 1996. 224p. Organizador/coautor de Lawfare como ameaça aos direitos humanos. Goiânia: CegrafUFG, 2021. 552p. Lawfare, an elite weapon for democracy destruction. Goiânia: Egress@s, 430p. Lawfare em debate. Goiânia: Kelps, 2020. 480p. Perícia Ambiental Criminal. 3. ed. Campinas, SP: Millennium, 2014. 520p. Titular da pasta ambiental de Goiânia (93-96) e de Goiás (03-06); Perito Ambiental MP/GO (97-03).

Tuesday, June 23, 2020

ARTIGO HISTÓRICO DE PUTIN

Osmar Pires Martins Junior - pesquisador pós-doc. PPGIDH-UFG

O presidente da Rússia analisa, no artigo publicado pela SputinikNews, a conjuntura atual de ameaças ao multilateralismo (Sistema de Relações Internacionais), que se desenvolve sob a coordenação da ONU a partir do Pacto Pós Segunda Guerra.
Putin critica a tentativa de revisionismo da história que busca apagar o legado soviético e de Stalin na conquista da paz no Mundo (75 anos sem guerra global).
A União Soviética contribuiu com 75% do esforço militar que derrotou o Eixo Nazifascista: foram mais de 30 milhões de vidas soviéticas, 5 mil cidades, fábricas e fazendas destruídas pela mais mortífera máquina de guerra da história: 4 milhões de soldados invasores armados até os dentes, milhares de aviões, tanques, navios e armas de última geração.
O sacrifício da Grande Guerra Patriótica para a União Soviética representou a perda de uma vida em cada 7 de seus cidadãos. Para se ter uma ideia, basta comparar com o Reino Unido, que perdeu uma em cada 127; os EUA, que perderam uma em cada 320 habitantes.
O Mundo deve gratidão histórica ao povo soviético e ao Exército Vermelho por respirar liberdade, democracia e livre iniciativa!
QUESTÕES EXTREMAMENTE COMPLEXAS
Para além do reconhecimento do papel fundamental da União Soviética na 2ª Guerra, o artigo aborda questões de extrema complexidade.
Destaco algumas relacionadas à Resolução aprovada pelo Parlamento Europeu em 19 de setembro de 2019, que acusou diretamente a União Soviética e a Alemanha nazista como responsáveis pela Segunda Guerra Mundial.
Esta decisão é incoerente com o status de "combatentes" (heróis de guerra) que vários paises europeus conferem àqueles que foram aliados do Eixo Nazifascista durante a Guerra!
A contradição estaria implícita no revisionismo histórico de excluir a URSS do Pacto Anti-Eixo.
Esta resolução só faz sentido como tentativa de enfraquecimento da luta contra o Neofascismo em todo o mundo atual.
Putin estranha que, ao mesmo tempo, ocorram movimentos em países europeus de destruição das estátuas e dos monumentos históricos que homenageiam os herois antifascistas da II Guerra!
Ora, como revelado por Putin, 75% dos esforços militares empreendidos para derrotar Hitler foram realizados pela União Soviética!
Nesse sentido, a Resolução do Parlamento Europeu e a destruição dos símbolos antifascistas visam formar uma "Nova Ordem Mundial" de extrema direita.
ONDA DIREITISTA GLOBAL
Essa "Nova Ordem" tem sido apregoada pelo presidente norteamericano Donald Trump e demais líderes extremistas de direita, inclusive golpistas, da Itália, França, Brasil, Hungria, Ucrânia, Bolívia, Equador...
Os constantes ataques que esses extremistas de direita desferem contra a ONU e seus organismos - OMS, Tribunal Penal Internacional - estão alinhados ao revisionismo excludente do legado soviético.
Putin deixa claro no artigo o papel da Rússia, herdado da União Soviética, de fortalecimento da ONU. Da mesma forma, o aproveitamento da pandemia do covid-19 para gerar tensões desestabilizam a ordem atual. Aqui no Brasil vemos isso diariamente!
A onda neofascista em voga reforça a atualidade da lição de Marx, de que a história estaria se repetindo aos nossos olhos como tragédia!
Os desafios atuais são compreender a complexidade do Mundo globalizado, as demandas da sociedade por democracia real, participação, qualidade de vida e o fortalecimento dos direitos de última geração .
BR.SPUTNIKNEWS.COM
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, escreveu um artigo sobre as lições dos 75 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.

Monday, June 08, 2020

HOMENAGEM A FERNANDINHO: UMA REFERÊNCIA PARADIGMÁTICA DO FUTEBOL-ARTE

Osmar Pires Martins Junior
Pesquisador pos-doc em Direitos Humanos PPGIDH-UFG 

Hugo Fernando Bonfim Queiroz "Fernandinho" faleceu vítima de câncer, em 05/06/2020, na cidade de Goiânia, onde residia como um respeitado comerciante e construiu brilhante carreira de futebol 

No dia 5 de junho 2020 faleceu Fernandinho, aos 70 anos, o melhor craque de todos os tempos revelado pelo futebol goiano, último titular da ponta-direita do Santos Futebol Clube de Pelé. 
Fernandinho com sua família, no final da década de 1950, chegou à cidade de Anápolis, vindo do interior da Bahia, num pau de arara dirigido pelo seu pai. Com doze anos de idade, começou nas categorias de base do Anápolis. Em 1970, veio para o Campinas, quando o clube campineiro foi incorporado ao Vila Nova. pasando a vestir a camisa colorada ao lado de Guilherme, seu ídolo. 
Eu e meus irmãos Ismar Pires Martins, Eliomar Pires Martins, Dilmar Santos Pires Martins, testemunhamos a atuação de Fernandinho ainda no Estádio Olímpico nos dois jogos da decisão do Campeonato Goiano 1973 e depois na jornada do Tetra (1977, 78, 79 e 80), já no Serra Dourada. 
No Vila Campeão de 1973, jovens talentos como Fernandinho, Natinho e Carlos Alberto, de um elenco com média de idade de 24 anos. No gol, a experiência do espetacular Luizinho (28 anos). 
Nas formações campeãs do Vila de 1969 e 1973 despontaram atletas com lugar certo na seleção dos jogadores da história do futebol goiano: Bajoso, Davi, Mosca, Curió, Guilherme, Lincoln, Fernandinho. 

Vila Nova 1970. Em pé: Davi, Curió, Bajoso, Nélson, Zé Carlos e Altamiro. Agachados: Furquim, Lincoln, Guilherme, Mosca e Araldo (Davi, Curió, Bajoso, Lincoln, Guilherme e Curió, ao lado de Fernandinho, integram a Seleção dos Melhores Jogadores da História do Futebol Goiano). 

GERAÇÃO DE OURO 
Uma Geração de Ouro alegrou o futebol goiano entre as décadas 1970, 1980, 1990, 2000, sobretudo 70/80 quando existiam quatro grandes clubes na Capital - Vila Nova Futebol Clube, Atlético Clube Goianiense, Goiânia Esporte Clube e Goiás Esporte Clube, além das agremiações competitivas nas cidades do interior que se sagraram campeões ou vice das competições estaduais, como CRAC de Catalão, Goiatuba, Anapolina e Anápolis, lançando jogadores e fazendo a festa da torcida. 
Da geração dourada do futebol goiano, lembro de jogadores como os esmeraldinos Matinha, Uidemar (vendido ao Flamengo, onde foi titular muitos anos), Túlio Maravilha e Carlos Alberto Santos (transferidos para o Botafogo, onde foram campeões e ídolos), Luvanor (vendido para o Catânia da Itália, encerrou no Vila), Zé Teodoro (irmão de Fernandinho, foi campeão mundial pelo São Paulo, jogou na Seleção Brasileira), Fernandão (transferido para o Internacional, ídolo e campeão mundial). 
O Atlético Clube Goianiense revelou Paghetti, que se tornou estrela no Goiás; Baltazar, que jogou no Grêmio, Flamengo (ao lado de Zico), Palmeiras, Atlético de Madrid e Seleção Brasileira (campeão do Torneio de Toulon na França); e Valdeir, o The Flash do Botafogo, onde foi ídolo. 

GOIÂNIA ESPORTE CLUBE: CELEIRO DE CRAQUES
O Goiânia foi um berçário de craques como Luiz Frazão, Tuíra, Marco Antônio e Rogério, que se projetaram no Goiás; Bill e Héber, que vestiram as camisas do Goiás, Internacional e Grêmio. 
No último título do Galo, em 1974, e no Brasileirão, em 1975, vestiram a camisa alvinegra Marco Antônio, Rogério, Héber, Guilherme, Bill, Curió. 
O Goiânia foi a primeira vítima do esvaziamento do futebol regional em decorrência de uma "nacionalização autoritária" do futebol brasileiro, fomentada pela ditadura militar e seguida pela CBF após a redemocratização em articulação com a grande mídia comercial comandada pela Globo.
  
A BATALHA DE 1973 
Voltando à decisão do Goianão de 1973. Na primeira partida, Fernandinho marcou o primeiro gol do Vila, decretando a vitória de 2x1 contra o Goiás. 
Na segunda, em 23 de agosto de 1973, o juiz parcial expulsou dois jogadores do Vila, dentre eles Fernandinho. 
No tempo regulamentar, além das expulsões, o juiz deu dois pênaltis a favor do Goiás. Até o presidente da FGF declarou o erro da arbitragem na marcação das penalidades. 
A decisão foi para a prorrogação, que ficou zero a zero e para os pênaltis. Luizinho no gol do Vila era uma barreira intransponível. 
Dai o boicote esmeraldino: a decisão não poderia acontecer; a estratégia seria anular o jogo. As luzes do estádio foram desligadas. O árbitro iria euxecutar a estratégia do Goiás. 
A torcida colorada percebeu a "jogada"; não arredou pé do estádio; encurralou o time esmeraldino e a arbitragem dentro dos vestiários, até que as luzes voltaram e a partida foi retomada. 
A decisão do Campeonato foi para os pênaltis. Luizinho fez o que o adversário mais temia: pegou as bolas batidas pelos trêmulos jogadores de verde. O jogo encerrou às duas horas da madrugada... 
Não adiantou a roubalheira. O Vila foi Campeão Goiano de 1973 na bola rolada no gramado, dentro do campo de futebol. 
O ganhador do título do Goianão definiria o dono da única vaga goiana para o Campeonato Brasileiro 1973 (só tinha uma série, o Brasileirão). 
Não adiantou o Vila ganhar dentro de campo. O Goiás foi escolhido no tapetão pela Ditadura Militar.


FERNANDINHO E PELÉ
Em 1974, Fernandinho foi emprestado pelo Vila para o Santos. É o único jogador goiano que jogou com Pelé, o maior craque de todos os tempos do futebol mundial. 
Ao lado de Pelé, Fernandinho conquistou títulos e voltou para o Vila, depois que Pelé parou de jogar no Santos. 
Pelé retomou a carreira no New York Cosmos, entre 1975 e 77, quando popularizou o futebol nos Estados Unidos.

Equipe do Santos que bateu o Palmeiras de 4x0 no Morumbi, em 20/04/1974. Em pé, da esquerda para a direita: Cejas, Hermes, Turcão, Marinho Peres, Vicente e Clodoaldo. Agachados: Fernandinho, Brecha, Nenê, Pelé e Mazinho. Nesse jogo, Fernandinho deu o passe para o último gol de Pelé com a camisa alvinegra e ainda fez um gol. 

INAUGURAÇÃO DO SERRA DOURADA 
Na inauguração do Estádio Serra Dourada, em 09 de março de 1975, com público pagante de 70 mil pessoas, o técnico Paulo Gonçalves convocou Fernandinho, recém chegado do Santos. 
A Seleção Goiana ganhou da Seleção de Portugal por 2 x 1. O primeiro gol foi jogada de Fernandinho, em contra-ataque rápido pela direita, dando o passe para Lincoln, que fez o gol; as movimentações de Tuíra e Paghetti confundiram a defesa portuguesa. Tuira fez o segundo gol. 
A seleção goiana ganhou o jogo, convenceu e fez a festa da torciada. O futebol de alto nível encantou os comentaristas com belas jogadas, deslocamentos, lançamentos e armação de jogo de Paghetti, Lúcio Frasson, Tuíra, Lincoln e Fernandinho. 
Selecao Goiana 1975. Em pé: Nilson, Macalé, Alexandre Neto, Matinha, Lula e Lúcio Frasson; abaixados: Fernandinho, Lincoln, Paghetti, Piorra e Raimundinho (Foto: O Popular)

EPOPÉIA DO TETRA 
Fernandinho foi campeão goiano em 1977, dando a largada para o Tetra - 1977, 78, 79 e 80. 
O Vila, que foi o primeiro TRI (1961, 62 e 63), passou a ser também o único TETRA do futebol goiano; curiosamente, o Goiás hegemonizou a vaga do estado para o Brasileirão. 
Na jornada do Tetra, Fernandinho atuou com um plantel do nível de Toninho Almeida (revelado pelo Cruzeiro onde jogou ao lado de quatro fenômenos do futebol brasileiro, os inesquecíveis tricampeoes mundiais Piazza e Tostão, além dos fora-de-série Zé Carlos e Dirceu Lopes); Humberto Ramos, Paulinho e Danival (contratados junto ao Atlético Mineiro, onde foram campeões brasileiros), Jorge Vitório e Erivelto (contratados do Fluminense, onde jogaram ao lado dos titulares da Super Seleção Canarinho Rivelino, Paulo César Caju, Carlos Alberto Torres, Félix e Edinho).

No pôster da revista Placar, despontam talantosos pratas da casa Zé Luis, Cândido e Luisinho ao lado de craques revelados no futebol goiano Modesto, Serginho, Roberto Oliveira, Luis Dário e Tulica, sob a regência dos astros nacionais Danival, Zé Ronaldo e Paulinho

VILA, CELEIRO DE CRAQUES
Fernandinho foi um ídolo que influenciou a formação da safra mais talentosa do futebol goiano. De sua época são os pratas da casa revelados pelo Vila - Timoura, Gabriel, Zé Luis, Valdo, Cândido, Dionísio, Sérgio Donizeti, Luizinho, Sérgio Luis, Rui, Zé Henrique, Roni, Luciano, Tim, Wando, Christian, Donizetti, Paulo Ramos, Pedro Junior e Fernando, campeões em 1993, 1995, 2001 e 2005. 

Roni com as camisas da Seleção Brasileira e dos clubes Santos, Flamengo e Fluminense

O atacante Roni, campeão em 1995 e o volante Fernando, campeão em 2005 (último título do Tigrão), ganharam projeção nacional e internacional.
O atacante Roni, vendido ao São Paulo, em 1996, jogou nos grandes centros onde foi campeão nos torneios estaduais pelo Fluminense (1997 e 2001), quando foi convocado para a Seleção Brasileira principal (1999); pelo Atlético Mineiro (2006); Flamengo (2007); Cruzeiro (2008); Santos, onde fez dupla de ataque com o jovem Neymar (2009); encerrando carreira no Vila Nova, em 2012.
O voltante Fernando foi vendido por R$ 1 milhão ao Porto de Portugal, em 2007, onde disputou 236 jogos, conquistou quatro Supertaças de Portugal, quatro Campeonatos Nacionais e uma Liga Europeia, sendo convocado para a Seleção Portuguesa para disputar a Copa do Mundo de 2014. Transferiu-se para o Manchester City em 2014, onde disputou 101 jogos. Em 2017, com 30 anos de idade, o seu passe foi adquirido pelo Galatasaray, da Turquia, por quase seis milhões de euros, cabendo ao Vila Nova 2% deste valor. Desde 2017 joga no Sevilha, da Espanha.

Fernando, revelado pelo Vila Nova, vestiu as camisas do Futebol Clube do Porto e Manchester City

UM DOS CINCO GRANDES QUANDO O BRASIL ERA RESPEITADO
O futebol goiano já foi um celeiro de craques e despontou entre os cinco estados do Brasil no período em que o escrete canarinho ainda era respeitado. Dos gramados goianos despontaram valores da qualidade de Zé Ronaldo, Roberto Oliveira, Luiz Dário, Anderson, Bé, Aloísio, Araújo, Josué, Danilo. 
No período da Geração de Ouro, os adeptos do futebol-arte registraram nas suas memórias jogadas geniais de contra-ataques rápidos, lançamentos em profundidade, revezamento e triangulação pela direita ou pela esquerda. 
Pela direita destacaram: Lúcio Frasson (que foi vendido pelo Vila ao Internacional - o bicampeão brasileiro com Falcão, Manga, Carpegiani), Tuíra (consagrado no Goiás, encerrou a carreira no Vila) e Fernandinho (no auge da carreira, encerrada com menos de 30 anos de idade, em 1980). 

OCASO DO FUTEBOL REGIONAL 
O legado de Fernandinho é valioso em vários aspectos, além do futebol. Ele deixou um ensinamento aos profissionais da bola, de que é preciso planejar a carreira, conciliar com a formação pessoal, já que o jogador se aposenta em plena idade produtiva para outras atividades. 
Fernandinho não se deixou levar pelas glórias passageiras do glamour dos gramados. Ele desenvolveu formação universitária que lhe permitiu seguir a vida com dignidade, na atividade de bem sucedido empreendedor comercial. 
A lição de Fernandinho se tornou ainda mais evidente após a redemocratização e Constituição Federal de 1988, que deixou uma lacuna no futebol, decorrendo o ocaso do futebol regional e, de consequência, o enfraquecimento do futebol nacional, levando à posição vergonhosa de a goloriosa Seleção Canarinho levar uma goleada de 7 x 1 para a Alemanha em casa na Copa do Mundo da FIFA de 2014! 

MÁFIA DO FUTEBOL 
A CBF e as Federações de Futebol não foram democratizadas, mantiveram estrutura e hierarquia autoritária herdadas do regime militar. 
Essa estrutura foi apropriada pela Máfia do Futebol da FIFA, uma organização criminosa associada aos conglomerados de televisão que submete os clubes de futebol aos seus domínios. 
O futebol se transformou numa grande lavanderia do dinheiro da corrupção, jogatina, tráfico de armas e drogas. 
Uma peça dessa engrenagem criminosa é o Clube dos 13 que monopoliza as verbas das loterias e das transmissões televisivas. 
O mercado do futebol se tornou restrito, apesar da criação das Divisoes do Campeonato - Brasileiro Séries A, B, C, D; Copa do Brasil; Sul-Americana e Libertadores.
No entanto, os aspectos positivos foram sobrepostos pelos negativos, com a desigualdade gritante entre o Clube dos 13 e os demais; o abismo de salários entre os jogadores. 

UM CLUBE PARADIGMÁTICO 
Fazendo o paralelo com o Clube Vila Nova das décadas de 1970 a 1980 com o de hoje: no passado, foi possivel formar equipes com estrelas da primeira grandeza do esporte nacional, tanto no futebol - jornada do Tetra, como no basquetebol, com astros globais da cesta que deram ao Vila os títulos de Campeão Brasileiro e Sul-Americano e 3º lugal no Campeonato Mundial de Basquete, entre 1973 e 1974. 
Hoje, é absolutamente impossível repetir tais feitos. 
O nome de Fernandinho está associado a um Clube Esportivo paradigmático; um modelo que deve ser lembrado, comparado e repetido, a partir do seu exemplo, personalidade, caráter e talento.


HUGO FERNANDO BONFIM QUEIROZ "FERNANDINHO" 
Por tudo o que foi exposto, devemos honrar, reconhecer, preservar e transmitir o legado de Fernandinho, jogador fora de série, homem e cidadão exemplar. 
O seu carisma, simpatia e empatia, seus dribles, arrancadas, passes e gols alegraram o futebol. 
Fernandinho permanecerá para sempre no coração e na memória dos brasileiros! Que sua alma descance em paz!

Tuesday, June 02, 2020

RAÍZES HISTÓRICAS DO NEOFASCISMO INSURGENTE

Osmar Pires Martins Junior 
Pesquisador pós-doc PPGIDH-UFG 

O ressurgimento da ultradireita neofascista no Brasil, nos Estados Unidos, na Inglaterra e em vários países da Europa é um fenômeno associado ao antagonismo histórico opressores versus oprimidos.
A onda neopopulista de extrema direita propagandeia uma nova ordem contrarrevolucionária à consagradora união operário-camponesa que derrotou a oligarquia do capital monopolista de meados do Século XX, uma oligarquia financiadora do nazifascismo de Hitler, Mussoline e Hiroito.

DIREITISTAS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!
Um epsódio amplamente divulgado pela mídia ilustra o fenômeno da globalização neofascista: o apoiador do Presidente Bolsonaro na manifestação neofascista realizada na avenida Paulista em São Paulo, Brasil, no dia 30 de maio de 2020, faz sinal de arminha com as mãos (símbolo da campanha ultradireitista no Brasil), ao lado de um miliciano portando a bandeira neonazista ucraniana da organização paramilitar Pravy Sektor. 
Os fundadores da milícia Pravy Sektor são netos e bisnetos de ucranianos nazistas que ficaram do lado de Hitler e foram derrotados pelo Exército Vermelho durante a invasão da União Soviética na II Guerra.

A DIREITA NUNCA ACEITOU SUAS DERROTAS
A união do povo trabalhador derrotou o poder imperial de dinastias milenares na Rússia e China, expulsou o imperialismo em Cuba, Vietnã, Camboja e Coréia.
Os partidos revolucionários impuseram derrotas às oligarquias proimperialistas e retrógradas no Brasil, El Salvador, Nicarágua, Argentina, Uruguai, Bolívia, Equador e Venezuela.
Com o fim da União Soviética, o capital monopólista financeiro, por meio do imperialismo ianque, se sentiu livre para retomar suas organizações paramilitares, organizando, patrocinando, treinando milícias em todo o mundo. Foi assim na Ucrânia, no Equador e na Bolívia. Está sendo assim no Brasil.

O NAZIFASCISMO E A GRANDE GUERRA
A II Guerra fez parte da estratégia do capitalismo para derrotar o socialismo. O Japão invadiu a Rússia asiática (oriental) em 1933; a Alemanha invadiu a Rússia europeia (ocidental) em 1941.
As batalhas mais estarrecedoras ocorreram durante essa operação: Stalingrado (a guerrilha que venceu o Exército do General Paulus), Leningrado (o mais prolongado cerco de 4 anos jamais sofrido por uma metropole), Moscou (a estratégia do Kremlin venceu monstruosa besta-fera) e Kurski (a maior batalha de tanques). Elas foram decisivas para o desfecho da II Guerra.

THE BATTLE OF RUSSIA
O filme The Battle of Russia, de Frank Capra, é um documentário histórico, imparcial, objetivo, patrocinado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos que, no final da década de 1930, precisavam convencer a população americana do acerto de entrar na II Guerrra ao lado dos Aliados (Inglaterra, França, URSS) contra o Eixo Nazifascista (Alemanha, |Itália e Japão).
O governo norteamericano escalou os cinco melhores cineastas de Hollywood para cobrir ao vivo o desenrolar da II Guerra. São dessa época os melhores filmes de guerra feitos pela indústria cinematográfica.
Dentre os cineastas estavam Frank Capra, que filmou a Operação Barbarossa - invasão da União Soviética pelas forças do Eixo, planejada e executada, desde 1933, pelo Alto Comando Nazifascista liderado por Hitler.

O REALISMO NAS TELAS DE HOLYWOOD 
O filme de Capra é baseado em cenas reais, documentos capturados do inimigo, testemunhos dos soldados e povos soviéticos no front.
Capra desnudou a barbárie invasora: 5 mil cidades, fazendas e fábricas foram varridas do mapa pela Warmacht - crianças, mulheres, velhos, cidadãos e não só os soldados do Exército Vermelho, somando 20 milhões de soviéticos brutalmente assassinados, um genocídio.

FILME BANIDO E CINEASTA PROSCRITO
De tão realista, o filme de Capra se tornou inconviente ao Deep State Ianque, que o proibiu logo após o fim da II Guerra.
Nos primórdios da "guerra fria" contra a URSS, Capra foi vítima do macartismo, expulso dos Estados Unidos e só recuperou seus bens por decisão dos Tribunais Internacionais. 
Apenas recentemente o filme The Battle of Russia voltou à exibição pública, depois de 70 anos nas gavetas do Pentágono
O filme e o cineasta foram proscritos pelo Estado Imperialista ianque porque revela a verdade: a superioridade do sistema socialista sobre o capitalista.

UMA VERDADE INCOVENIENTE
O Estado Socialista - Exército Vermelho, PCUS, aliança operário-camponesa - lutou sozinho, sem apoio de nenhum exército aliado.
O Estado Soviético venceu os invasores, expulsou os exércitos de Hitler, Mussoilini e Hiroito.
O Exército Vermelho libertou a Europa, encurralou Hitler no seu bunker em Berlim, levando-o ao suicídio e de todos os seus principais ministros, generais e almirantes.
O Exército Vermelho venceu sozinho a guerra no ocidente e, cumprida sua missão, deslocou-se para o oriente e venceu o Exército Japonês, libertando a Manchúria e a China.

O FIM DA URSS E A PROSPERIDADE DA CHINA
O apoio soviético, sob a liderança de Stalin, foi decisivo para a vitória do Exército de Libertação Nacional, liderado por Mao, na Revolução Socialista que implantou a República Popular da China, em 1949.
Entrementes, no Pós-Guerra, a União Soviética sucumbiu ao brutal cerco das potências imperialistas por erros internos de responsabilidade dos bolcheviques que dirigiam o Estado Soviético e o PCUS.
Tirando lições dos erros do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), o PCCh (Partido Comunista da China) fez prosperar a República Popular da China, com novas formas de polítca internacional e nacional. Hoje, é a maior Potência Econômica do Mundo, à frente dos Estados Unidos.

NEOFASCISMO E GUERRA FRIA
A guerra fria sucedeu a Grande Guerra nos embates entre capitalismo, liderado pelos Estados Unidos e socialismo, liderado pela URSS, de 1945 a 1991. A queda do muro de Berlim e a autoextinção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) conferiu nova forma de dominação do imperialismo capitalista sobre o Globo.
Embalado por um mundo unipolar, liderado pelo imperialismo ianque, eclodiu a atual onda populista de extrema direita, na qual o neofascismo expressa ódio visceral à esquerda. É água e óleo. A democracia socialista não mistura com a teocracia capitalista.

SOFT POWER x BIG STICK 
O imperialismo ianque possui natureza de domínio global tão agressivo que não aceita conviver com a política externa chinesa.
A diplomacia da China é baseada no Soft Power, exercitada no poder brando de cooperação e solidariedade internacional.
A diplomacia dos Estados Unidos, por sua vez, possui estilo Big Stick ("grande porrete") exercitada por meio da força das armas. 
Modernamente, o Big Stick é complementado pelo uso estratégico das leis e do poder judiciário, como a Lava Jato no Brasil e formas equivalentes no Equador, Bolívia e Argentina,
Os Estados Unidos estão sempre a postos para promover intervenção armada ou não-armada em outros países para satisfazer aos seus próprios interesses e das multinacionais ianques.
O capitalismo monopolista imperialista não tolera sequer o socialismo de mercado da República Popular da China, implantado pelo PCCh, a exemplo da formulação "Um País, dois Sistemas" em Hong Kong. 

AUTONOMIA E SOBERANIA NACIONAIS
Quanto ao modelo interno de governança, por óbvio, não cabe ao imperialismo capitalista se imiscuir em questão interna de soberania do povo chinês. Por decisão do órgão máximo de poder, a direção do Poder Público é monopólio da aliança operário-camponesa. Em tal sistema, não há lugar para capitalista na direção do Estado Chinés.
No socialismo de mercado chinês, o lugar do capitalista é na empresa privada. Se o capitalista quiser participar da direção do Estado, então, que renuncie às suas ações de capital, desvinculando-se dos interesses privados. E se submeta ao crivo da democracia direta, sufragando suas posições para ocupar as instâncias do poder, cujo topo é a Assembleia Nacional Popular.

HONG KONG .
Veja o que acontece em Hong Kong, uma colônia que ficou sob o domínio do imperialismo britânico durante 150 anos e retornou à China em 1997.
Com a reintegração de Hong Kong, a Assembleia Nacional Popular da China (Poder Supremo) aprovou a política "Um País, dois Sistemas". Hong Kong cresceu e desenvolveu o Sistema Financeiro Capitalista mais poderoso do Planeta.
As potências imperialistas tramaram o deblack de Hong Kong. A Embaixada Americana naquela Provínicia Chinesa financiou, organizou e insuflou revoltas, saques, protestos e reivindicação de soberania.
Depois de um ano de manifestações, não se viu uma morte de qualquer manifestando pelo Exército de Libertação Popular, que permaneceu inerte, não invadiu a Província, não disparou uma arma de fogo.
O Poder Comunista da Província negociou o tempo todo durante meses a fio. 
Agora, diante das provas demolidoras de infiltração dos milicianos financiados pelas Potências Imperialistas, Assembleia Nacional Popular aprovou a Lei de Segurança Nacional que tipifica os crimes de traição à pátria e de terrorismo.
A Lei será aplicada aos agentes milicianos a serviço do imperialismo ianque e britânico.
Dessa maneira, as milícias neofascistas em todo o mundo estão cada vez mais encurradas pelo avanço da consciência popular.

USA: UM IMPÉRIO CORROÍDO POR DENTRO
Veja o que ocorre agora nos Estados Unifos. O movimento Black Lives Matter realiza manifestações em todos os Estados. Durante uma semana já foram assissados dezenas de manifestantes jovens e negros, coisa que não ocoreu durante uma ano de protestos milicianos em Honk Kong.
Assista The Battle of Russia e tenha uma visão histórica de rais da grande luta política do Século XX que perdura pelo Século XXI: DEMOCRACIA x FASCISMO!
A Batalha da Rússia foi o quinto filme da série de filmes-propaganda
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A Batalha da Rússia foi o quinto filme da série de filmes-propaganda