NEOFASCISMO E JUSTIÇA SELETIVA
Em 1989, 5 adolescentes americanos (4 negros e 1 latino), todos com menos de 16 anos, foram presos, torturados, obrigados a confessar, julgados e injustamente condenados à pena de 12 anos de prisão pelo crime que não cometeram de estupro, lesão corporal e tentativa de homicídio de uma mulher branca no Central Park de N.Y. City.
Durante o julgamento, a grande imprensa cerrou fileira com a farsa montada pela Polícia de Nova York, Ministério Público e Juízo Criminal.
O então especulador imobiliário Donald Trump, hoje presidente do País, fez campanha de outdoor nos prédios, cartazes e anúncios nas primeiras páginas dos jornais exigindo a pena de morte para os acusados.
Em 2002, após o cumprimento das penas a que foram submetidos, quando já se encontravam em liberdade, o assassino e estuprador em série Matias Reyes, o verdadeiro responsável pelo crime do Central Park, foi finalmente preso e condenado, mediante prova do DNA e confissão.
A história virou série da Netflix que, baseada em fatos e personagens reais, se converteu numa demolidora peça de denúncia do uso ilegal do Sistema de Justiça como instrumento de perseguição política, no caso americano, do racismo.
Em liberdade, os jovens, já adultos, seguiram suas vidas, com muita luta. Raymond Santana se tornou empresário em Georgia, onde também residem Antron McCray e Yusef Salaam. Este, mais Kevin Richardson (New Jersey) e Korey Wise (New York City) se tornaram advogados criminais bem sucedidos.
Raymond, Antron e Kevin ajuizaram uma vitoriosa ação contra o estado de Nova York e foram indenizados em U$ 12,2 milhões.
Em 2015, Korey fez a doação de U$ 190,000 para a Universidade de Colorado como patrocínio ao desenvolvimento do Projeto de Justiça Democrática.
Yusef conquistou vários prêmios pelo seu trabalho, incluindo o Lifetime Achievement Award, em 2016, concedido pelo 44º presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
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