De uma geração de sonhadores, perdeu-se um pedaço de mim...
"[...] Belchior foi um ativo participante de shows e atos pelo fim da ditadura militar e pelas eleições diretas para presidente da República. Nunca cobrava um tostão, nem mesmo as passagens de avião e estadias em hotéis. [...]" (escritor Fernando Morais)
♫ COMO NOSSOS PAIS
"Viver é melhor que sonhar, eu sei que o amor é uma coisa boa.
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa.
Por isso, cuidado meu bem, há perigo na esquina.
Eles venceram, e o sinal está fechado para nós que somos jovens.
Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem reunida.
Na parede da memória, essa lembrança é o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos.
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não.
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém.
Você pode até dizer que eu estou por fora ou que estou inventando.
Mas é você que é mal passado e que não vê que o novo sempre vem.
Hoje eu sei que quem me deu a ideia de uma nova consciência e juventude.
Está em casa guardado por deus, contando o vil metal." (Belchior)
"Quando eu não tinha o olhar lacrimoso,♫ MUCURIPE
que hoje eu trago e tenho;
Quando adoçava meu pranto e meu sono,
no bagaço de cana do engenho;
Quando eu ganhava esse mundo
de meu Deus,
fazendo eu mesmo o meu caminho,
por entre as fileiras do milho verde que ondeia, com saudade do verde marinho;
Eu era alegre como um rio,
um bicho, um bando de pardais;
Como um galo, quando havia...
quando havia galos, noites e quintais.
Mas veio o tempo negro e,
à força, fez comigo
o mal que a força sempre faz.
Não sou feliz, mas não sou mudo;
hoje eu canto muito mais" (Belchior)
"As velas do Mucuripe
Vão sair para pescar
Vou mandar as minhas mágoas
Pras águas fundas do mar
Hoje à noite namorar
Sem ter medo da saudade
Sem vontade de casar
Calça nova de riscado
Paletó de linho branco
Que até o mês passado
Lá no campo inda era flor
Sob o meu chapéu quebrado
Um sorriso ingênuo e franco
De um rapaz novo encantado
Com vinte anos de amor
Aquela estrela é dela
Vida, vento, vela, leva-me daqui
Aquela estrela é dela
Vida, vento, vela, leva-me daqui" (Belchior)
"A minha história é talvez
É talvez igual a tua,
jovem que desceu do norte
Que no sul viveu na rua
Que ficou desnorteado,
como é comum no seu tempo
Que ficou desapontado,
como é comum no seu tempo
Que ficou apaixonado
e violento como você
Eu sou como você" (Belchior)
"Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão.
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver.
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza.
E arriscar tudo de novo com paixão.
Andar caminho errado pela simples alegria de ser.
Talvez eu morra jovem,
alguma curva no caminho,
algum punhal de amor traído,
completará o meu destino.
Meu bem, vem viver comigo,
vem correr perigo, vem morrer comigo..." (Belchior)
"Mas eu não estou interessado
em nenhuma teoria.
Em nenhuma fantasia,
nem no algo mais.
Amar e mudar as coisas,
me interessa mais." (Belchior)
"Eu sou apenas um rapaz latino-americano.♫ TUDO OUTRA VEZ
Sem dinheiro no banco, sem parentes importantes.
E vindo do interior." (Belchior)
"Ouvi dizer num papo da rapaziada, que aquele amigo que embarcou comigo, cheio de esperança e fé, já se mandou." (Belchior)♫ A PALO SECO
"Eu quero que este canto torto, feito faca, corte a carne de vocês!" (Belchior)Eis aí, Temer, o Golpista!
♫ VELHA ROUPA COLORIDA
"No presente a mente, o corpo é diferente.
E o passado é uma roupa que não nos serve mais.
Você não sente nem vê.
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo.
Que uma nova mudança em breve vai acontecer.
E o que há algum tempo era jovem novo, hoje é antigo.
E precisamos todos rejuvenescer" (Belchior)
O MAIS PERFEITO INTÉRPRETE DOS SENTIMENTOS DE GERAÇÕES CUJOS SONHOS FORAM ROUBADOS
As forças repressivas cercaram os manifestantes, lançaram bombas de gás, cães amestrados, e avançaram com cassetetes, escudos e agressões contra todos.
Muitos foram presos e feridos. Mas, nas páginas do jornal da Globo em Goiás, prevaleceu a versão de baderna, e criminalização do movimento social.
Em período de golpe parlamentar-midiático-judiciário, tudo continua igual: o roubo aos direitos do povo, a violência policial, a cobertura mentirosa da mídia.
A agressão foi divulgada pela mídia monopolista como versão do agressor, segundo o qual, a violência seria entre os próprios manifestantes.
As fotos que circularam na internet registram o momento da agressão do cabo da PM, que desferiu o cassetete no crânio do estudante. O agressor foi pego no flagrante. A repressão e sua mídia aliada foram desmascaradas. Ruiu por terra, vergonhosamente, a versão mentirosa da falsa democracia pós-golpe de 16 de abril de 2016.
Hoje, tal como antes, a grande mídia golpista, em uníssono, criminaliza os movimentos sociais, os sindicatos e os trabalhadores que lutam pelos direitos trabalhistas consagrados na CF e na CLT, que lutam pelo direito à aposentadoria, cuja alíquota é descontada dos salários dos trabalhadores pelo INSS.
Enquanto isso, o ministro do STF, chefe do Alto Comando do Golpe, manda tirar da cadeia, sem sequer a obrigação de usar tornozeleira eletrônica, o empresário Eike Batista, que roubou bilhões de dólares do erário e depositou em paraísos fiscais no exterior.
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