ACOVARDADO E SEM SAÍDA
Em face de tais violações ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, o Pleno do STF determinou que o julgamento e a votação pela Câmara Federal estará restrita às acusações originais apresentadas pelos autores da DCR, tal como recebida pelo Presidente da Casa Legislativa.
VÍCIO ABSOLUTO QUE NULIDADE
Ora, estando a denúncia maculada por vício de nulidade absoluta, então, a peça acusatória não deveria sequer ser recebida.
Deveria, logicamente, ser declarada inepta pelo STF e, de pronto, ser arquivada. O lugar da acusação imprestável é a lixeira.
No entanto, por 8 x 2, o STF rejeitou o mandado de segurança e deu continuidade à denúncia INEPTA, maculada pela NULIDADE do vício absoluto da contradição entre fundamento e dispositivo.
Tal vício impõe a nulidade de todo o processo, pois é direito do acusado saber do que está sendo acusado, para se defender adequadamente. A formulação genérica da denúncia impossibilita o direito de defesa e fere o direito constitucional.
CIRCO MIDIÁTICO
A continuidade de denúncia imprestável demonstra o entrelaçamento de interesses do Judiciário em dar continuidade uma ação sem justa causa, desservindo aos propósitos da Justiça, apenas para satisfazer interesses midiáticos.
O circo do julgamento está pautado pela grande mídia televisiva. O espetáculo não pode parar. A lona do circo foi armada, o carro de propaganda do espetáculo circense circula amplamente por todos os meios monopolizados de comunicação do País.
Ao reverso do "dia do circo", um episódio ainda comum nas cidades interioranas, o Brasil vive o "dia do circo midiático" :
Hoje tem palhaçada?ACUSAÇÕES DA DCR
Tem sim senhor!
Hoje tem marmelada?
Tem sim senhor!
Neste caso, o julgamento da DCR estará restrita às duas acusações de crimes de responsabilidade supostamente praticados pela Presidenta Dilma Rousseff:
- há coerência entre fundamento e dispositivo da DCR recebida, julgada e votada pela Câmara dos Deputados?
- isto é, as "pedaladas fiscais" e os créditos suplementares constituem apropriação indébita, enriquecimento ilícito ou ato de improbidade administrativa?
- enfim, a acusada é desonesta, agiu com dolo e propósito comprovado de causar dano ao erário em proveito próprio?
Dar seguimento a acusação sem justa causa contra a autoridade maior de um País expressa a fragilidade do sistema jurídico, deixando o Mundo perplexo.
O atual processo de impeachment contra a Presidenta da República é o corolário de um longo processo de formação de um Estado Policial no âmagos de instituições imaturamente democráticas.
A gestão desse Estado Policial se deu no seio de aparelhos do Estado Democrático, encarregados de zelar pelos direitos difusos, coletivos e individuais indisponíveis.
O Alto Comando do Golpe Judiciário formulou e executou inúmeras ações policiais, judiciais e midiáticas que integram a estratégica Operação Lava-Jato.
DO GOLPE MIDIÁTICO-JUDICIÁRIO RESULTARÁ A "DITADURA MP"
Os fatos da conjuntura nacional estão inseridos num contexto que analistas políticos, doutrinadores e jornalistas investigativos caracterizam como gestação de uma inusitada forma de Ditadura Mídia-Parquet", resultante de um "golpe midiático-judiciário".
- Dilma: "o que aconteceu, Lula"?;
- Lula: "fui conduzido coercitivamente, de forma desnecessária, pois bastava me convocar que eu atenderia, como fiz das outras três vezes, quando respondi as mesmas perguntas que me fizeram agora";
- Dilma: "que absurdo, as mesmas perguntas?";
- Lula: "Presidenta, não dá mais para aceitar esta arbitrariedade; nós temos um STF e um STJ acovardados; um Congresso Nacional que não reage, pois os Presidentes do Senado e da Câmara Federal estão fodidos".
Não importa a ausência de fatos típicos e comprovados contra os alvos principais. Basta manejar a Domínio do Fato, uma teoria milagrosa que "soluciona" a contradição entre fundamento e dispositivo.
Um ator passivo do enredo desenvolvido na trama do "combate à corrupção" foi flagrado na intimidade esbravejando um "palavrão".
O termo pronunciado caiu como uma luva para caluniar, injuriar e difamar os alvos selecionados pela Lava-Jato.
De acordo com o dicionário brasileiro, ipsis litteris:
"[...] fodido: adjetivo substantivo masculino. 1. que ou o que está perdido, sem saída; 2. que ou aquele que está em péssima situação financeira; arruinado [...]".
A estratégia executada produziu resultados que revelam polaridades violadoras do processo cognitivo ou teoria do conhecimento acerca da corrupção.
TELEOLOGIA
Os objetivos ou resultados divulgados pela megaoperação Lava-Jato revelam claramente que os sujeitos ativos e passivos arrolados no suposto combate à corrupção extrapolam os réus efetivamente condenados.
Além disso, o objeto da cruzada - financiamento privado da campanha eleitoral - foi desvirtuado para as esferas criminais, com o nítido propósito de desmoralizar e derrubar governantes que elaboram e executam políticas públicas não tradicionais.
MARLEY COSTA LEITE
Transcrevo, à maneira do enriquecedor contraditório, uma excelência contribuição da experiente jornalista Marley Costa Leite, postada no Facebook, sobre o tema debatido neste artigo:
[...] o STF é a última saída. Acho que eles foram prudentes, restringiram a votação à pedalada e ainda resta a possibilidade de recurso para o caso de os deputados extrapolarem os limites. Por outro lado, a intervenção antecipada deixaria sempre em dúvida o equilíbrio do STF. Lembre que hoje todos que defendem o governo são "desqualificados" pela opinião pública da direita. Bem antes de começar essa confusão toda, Gilmar Mendes era o único ministro ridicularizado, inclusive pelo personagem de Saulo Laranjeiras. Hoje, para todos, está como uma gangorra. Se fala a favor uma turma aplaude e a outra xinga, e vice versa. É, portanto, prudente preservar o STF para última instância.Eu ainda confio no bom senso de pelo menos um terço da Câmara. Na verdade, sempre digo que pelo menos 20% dos políticos brasileiros são corretos, mas para essa votação precisamos de um terço... então vamos "rezá-lo". Dilma fica! A propósito, excelente seu artigo, pena que hoje lidamos com uma "opinião" pública (?) que não gosta de ler, e quando o faz, só lê aquilo que concorda com seu "desejo". [...]
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