Osmar Pires Martins
Júnior
Bacharel em Direito,
Agronomia e Biologia,
Mestre em Ecologia e
Doutor em Ciências Ambientais
A Rede Globo
no noticiário de hoje, 14 de março de 2016, declarou com estardalhaço, que o Dia
13 foi "A maior manifestação da história com 2,5 milhões na Avenida
Paulista".
A Folha de
São Paulo estampou a manchete: "Ato anti-Dilma é o maior da
história".
'MASS-MÍDIA"
MANIPULA DADOS PARA ENGANAR
A Paulista
possui área total de 69 mil metros quadrados, vezes 7 pessoas/m² perfaz
capacidade de lotação máxima de 483 mil pessoas. A notícia fantasiosa de
milhões se desmascara por si mesma.
Então, por
que noticiar uma mentira? Porque,
mesmo mentirosa, a notícia exerce efeito psicológico no subconsciente coletivo
em favor do objetivo político traçado.
QUE MAMATA
REALIZAR MANIFESTAÇÃO COM MÍDIA 24 HORAS NA TV, NO RÁDIO E NO JORNAL
A
manifestação do Dia 13, do ponto de vista da construção do processo democrático, põe em xeque o vigor das instituições brasileiras.
A
democracia não pode ser desmerecida, menosprezada ou diminuída mesmo quando a
manifestação se volta contra um pilar da República Democrática Brasileira: o
sufrágio universal, a posse e homologação, pelo TSE, do vencedor da eleição
direta que conferiu o encargo de titular da instituição da Presidência da
República.
O
Presidente da República só pode ser afastado pelo processo do impeachment nas hipóteses de crime de
responsabilidade, rigorosamente definidas na Constituição Federal.
A
'VOZ DAS RUAS' NÃO SUBSTITUI O 'VOTO DAS URNAS'
A
maior manifestação ocorrida durante o governo Dilma Rousseff ocorreu em 26 de
outubro de 2014, quando 54,5 milhões de brasileiros depositaram nas urnas os
votos que deram o quarto Mandato Presidencial ao Candidato da Coligação
Trabalhista, reelegendo a Presidenta Dilma.
A
"voz das ruas" ocupadas pelos manifestantes do Dia 13, embora
expressivas, não têm o condão de substituir o "voto das urnas".
Este é um primado constitucional do Estado Democrático de Direito.
O
instituto Datafolha identificou o perfil social, econômico e político dos
manifestantes do "Dia D" verde-e-amarelo: a esmagadora maioria quer o
impeachment da Presidenta Dilma, tem curso universitário, renda mensal alta e
se declara branco.
Portanto,
a voz das ruas é a expressão de uma parcela privilegiada da população que votou
no candidato da oposição que foi derrotado no 2º turno da eleição presidencial.
AS ARMAS DOS "INSATISFEITOS"
O
quadro político brasileiro adquiriu contornos complexos. A insatisfação tem
origem em camadas privilegiadas, refletindo os interesses das classes média e
alta da população.
Os integrantes desta classe lançaram mão das armas que controlam na máquina de
Estado, na iniciativa privada e nos meios de comunicação.
ALVOS
DO ALTO COMANDO
A
"insatisfação" com o governo trabalhista gerou o Alto Comando do
Golpe Midiático-Judiciário e criou o enredo para o desenrolar da trama
golpista.
Todas
as etapas, fases, operações, ações e iniciativas do Golpe Midiático-Judiciário
são meticulosamente planejadas pelo Alto Comando Judiciário, que prepara a
pauta da Mídia, escolhe e seleciona os alvos, vaza seletivamente a informação.
Quem
são os alvos do Alto Comando? São os líderes do governo trabalhista, e
todos aqueles que podem ser a mira para atingir o alvo trabalhista.
OS
“NÃO ALVOS”
Os
políticos ou empresários que integram governos não aliados ao trabalhismo
escapam da mira.
Basta
ver: estão ilesos da fúria do Alto Comando os envolvidos nos escândalos
Privataria Tucana, Merenda Escolar, Trensalão, CMTC, Metrô
Paulista, Furnas, Operações Castelo de Areia, Satiagraha, Monte
Castelo.
DEPOIS
DA DITADURA, A DEMOCRACIA IMATURA
Durante
a Ditadura Militar (1964 a 1988) não existia liberdade de comunicação,
expressão, manifestação e pensamento.
O
exercício destes direitos fundamentais tornava o cidadão um elemento subversivo.
Manifestação
tolerada só aquela a favor do Regime do Arbítrio: elogiar o general presidente?
Pode.
Criticar
o general presidente? Não, é crime de segurança nacional.
CONSTITUIÇÃO
CIDADÃ
A
CF/1988 estabeleceu o fim da Ditadura e o início da Democracia. Foi erigido o
Estado Democrático de Direito.
A
Democracia pode tudo, inclusive acabar com a Democracia? Não,
a Democracia é regida por postulados, fundamentos, princípios e normas,
enquadrados como cláusulas pétreas, imunes de alteração pelo legislador. Mas
não é o que se assiste...
DURO ERA
REALIZAR MANIFESTAÇÃO NA DITADURA
O Presidente da
República, os Governadores de Estado, os Prefeitos das Capitais e Cidades com
mais de 200 mil habitantes eram nomeados pelo Alto Comando das Forças Armadas.
Está
descontente? Não pode nem pensar... Se falar, escrever ou manifestar, cuidado!
Os agentes
da repressão - "arapongas", “dedos-duros” ou espiões estão de olho e
o "subversivo" será fichado no SNI, perderá o emprego, será preso,
torturado e poderá "desaparecer"...
Protestar
contra o governo? Jamais! Reunião de mais de três era violentamente
reprimida e dispersada com força policial, tropa de chope, cães, cassetete, gás
lacrimogênio. prisões...
DIRETAS-JÁ
Colaciono abaixo a
página 39 de 49 do Relatório do Conselho de Segurança Nacional contendo 150
dossiês sobre as atividades que desenvolvi quando jovem na luta pela Democracia
e contra a Ditadura.
A Campanha
Pró-Diretas nasceu de debates em pequenas organizações não governamentais de
esquerda, como o DCE-UFG e UNE, das quais fui presidente e diretor de 1981 a
1984.
Não havia
a menor chance de divulgação da campanha em emissora de rádio de bairro, jornal
de síndico de prédio, quem dirá uma emissora de TV local, regional, menos ainda
nacional.
E pior: os
organizadores eram perseguidos, intimidados e ás vezes presos.
MESMO ASSIM, O
MOVIMENTO AVANÇOU
Apesar de
tudo, a Campanha Pró-Diretas ganhou as ruas. Os poucos viraram milhões.
Os
movimentos sociais de Goiânia exerceram o protagonismo da campanha, com o
primeiro grande comício na Praça Cívica, em janeiro de 1984, culminando em São Paulo, na Praça da Sé.
"MISSA DE
ANIVERSÁRIO"
O comício Pró-Diretas na Praça da Sé, em
25/01/1984, no entanto, foi divulgado pela Rede Globo como uma "Missa em Celebração do
Aniversário da Cidade".
Quanta "cara de pau", não? Daí o bordão: "a verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura", que é repetido até hoje, pois o monopólio quer a volta da "dita"!
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