Blog do Osmar Pires

Espaço de discussão sobre questões do (ou da falta do) desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira e goiana, em particular. O foco é para abordagens embasadas no "triple bottom line" (economia, sociologia e ecologia), de maneira que se busque a multilateralidade dos aspectos envolvidos.

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Pós-Doc Dir. Humanos PPGIDH-UFG, D.Sc. C. Ambientais, M.Sc. Ecologia, B.Sc. Direito, Biologia e Agronomia. Escritor Academia de Letras de Goiânia. Autor de A gestão do espaço urbano e a função socioambiental da cidade. Londrina, PR: Sorian, 2023. 404p. O efeito do combate à corrupção sobre os direitos humanos... Goiânia: CegrafUFG, 2022. 576p. Família Pires... 3. ed. Goiânia: Kelps, 2022. 624p. Perícia Ambiental e Assistência Técnica. 2. ed. Goiânia: Kelps/PUC-GO, 2010. 440p. A verdadeira história do Vaca Brava... Goiânia: Kelps/UCG, 2008. 524p. Arborização Urbana e Qualidade de Vida. Goiânia: Kelps/UCG, 2007.312p. Introdução aos SGA's... Goiânia: Kelps/UCG, 2005. 244 p. Conversão de Multas Ambientais. Goiânia: Kelps, 2005, 150p. Uma cidade ecologicamente correta. Goiânia: AB, 1996. 224p. Organizador/coautor de Lawfare como ameaça aos direitos humanos. Goiânia: CegrafUFG, 2021. 552p. Lawfare, an elite weapon for democracy destruction. Goiânia: Egress@s, 430p. Lawfare em debate. Goiânia: Kelps, 2020. 480p. Perícia Ambiental Criminal. 3. ed. Campinas, SP: Millennium, 2014. 520p. Titular da pasta ambiental de Goiânia (93-96) e de Goiás (03-06); Perito Ambiental MP/GO (97-03).

Saturday, February 28, 2009

FICA sujo?

por Osmar Pires Martins Júnior

O governo do estado realiza a décima edição do Festival Internacional do Cinema Ambiental – FICA, na cidade de Goiás, sob coordenação da Agência de Cultura (Agepel). O nome do festival indica seu objetivo: promoção da cultura cinematográfica para a defesa do meio ambiente. Se este não é o objetivo, então, o cinema produzido em Goiás reproduz o discurso dominante de apropriação das questões ecológicas apenas para efeito de marketing, isto é, meio ambiente, só “pra inglês ver”!
Entrementes, no 1º mundo, a questão ecológica avançou, por meio da internalização de políticas ambientais gerais e específicas em quase todas as áreas da atividade humana, com os sistemas de gestão ambiental. Com isso, não há falsa dicotomia entre cultura, economia, política, administração e meio ambiente. Então, os “ingleses”, isto é, os estrangeiros da Europa, dos Estados Unidos, da Austrália, do Japão, participantes do Fica, começaram a perceber que, aqui, a dicotomia é evidente. Como falar do meio ambiente no cinema, se o Cerrado é destruído a olhos vistos? Como falar de cultura ambiental se a Serra Dourada, patrimônio ambiental dos goianos, não tem proteção legal contra as ações degradadoras? Vale a pena realizar um cinema ambiental com forte apelo turístico, massivo, com mega-shows, se, ao final, a cidade de Goiás fica entupida de lixo?
A flagrante contradição entre festival, cultura e meio ambiente atingiu seu ápice em 2002, testemunhado pelo acúmulo de lixo nas ruas vilaboenses. O mau-cheiro ao último pêlo sensorial e papila dos paladares desagradáveis. A cidade foi destruída por uma inundação, agravada pelo desmatamento sem controle nas cabeceiras do rio Vermelho. Algo precisava mudar. Depois de quatro edições, as mensagens cinematográficas não alcançaram seu público-alvo? A população vilaboense, destinatária de tudo aquilo que movimentou produtores, agentes culturais, artistas, atores, palestristas e políticos, dentre outros, de vários cantos do país e do mundo, não foi sensibilizada a mudar de atitude, no gesto de educação ambiental mais simples – jogar o copo descartável na lata de lixo? Se não há envolvimento da população local, o que esperar de sua produção cinematográfica e ambiental?
O que esperar de coisas complexas, como o controle do desmatamento do Cerrado e a proibição do carvão nativo para abastecer as usinas siderúrgicas para a fabricação de aço - uma commodity exportada para os países industrializados? O que esperar do governo na decisão de desapropriar milhares de hectares visando proteger a Serra Dourada, um verdadeiro tesouro geológico e paleontológico, testemunho da evolução do ambiente e da cultura do homem do Cerrado? Se as respostas a estas perguntas óbvias forem negativas, então, concordo com o produtor cultural Eládio Teles que, alienado, o Fica é uma grande nave alienígena que pousa anualmente no platô da Serra Dourada e seus fulgurantes tripulantes descem até a Vila Boa para beber, dançar, comer empadão e rodar uns filminhos.
Num breve período, iniciado em 2003, a história do Fica registrou uma tentativa de mudança de paradigma: na quinta edição, foi implantado o Parque Estadual Serra Dourada, no Dia Mundial do Meio Ambiente, como parte das solenidades da sua quinta edição e lançado o “Fica Limpo”. No ano seguinte, foi inaugurado o “Centro de Triagem e Reciclagem de Lixo de Goiás” – operado pela cooperativa dos recicladores, que transformou catadores em empreendedores, donos do próprio negócio – e lançado o “Se Liga no Fica”, tudo isso, durante a sexta edição. O projeto “Eco-Vídeo Biblioteca Itinerante” deu continuidade às atividades realizadas durante o festival, junto às comunidades locais, com projeções num circo ambulante, instalado nas praças, nos bairros, lugarejos e escolas da região do rio Vermelho. O “Se Liga no Fica” promoveu a produção cinematográfica pela própria comunidade que deixou de ser agente passivo. Todos estes projetos, da iniciativa da Agência Ambiental de Goiás, patenteados no Instituto de Marcas e Patentes, foram patrocinados pela iniciativa privada. O projeto “Eco-Vídeo Biblioteca Itinerante” foi premiado nacionalmente no Concurso Público de Experiências Exitosas em Educação Ambiental, do Ministério das Cidades, em 2006.
A quinta edição foi um marco provisório na busca da integração entre cinema e meio ambiente, através dos projetos citados. Um projeto em particular foi assimilado pela prefeitura, o “Fica Limpo”, que limpa a sujeira deixada pelos milhares de turistas durante a semana do festival. Mas, e os outros? A grande dúvida que fica é: com a extinção da Agência Ambiental, qual o futuro do cinema ambiental? Será só cinema, e o lixo voltará, para o deleite dos tripulantes alienígenas que só querem farra? Se continuar apenas cinematográfico, sem perfil ambientalista – assevera o escritor, roteirista, professor e pesquisador do cinema brasileiro, Jean-Claude Bernadet – o Fica não terá identidade. Esperamos que o governo do estado e a Agepel consigam dar respostas à altura para estas questões.

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Comentários sobre esta matéria:

(22) Rafael Gomes dos Santos (rafagsantos@terra.com.br terça-feira, 8 de julho de 2008 09:30)
É com grande prazer que vejo no nosso meio alguém com coragem e argumentos, alertando para as contradições e, ao mesmo tempo, sugerindo novos rumos e um novo norte para o FICA. E fico bastante feliz que este alguém é você, Osmar.
Rafael Gomes dos Santos – Goiânia/GO.

(21) Eladio Garcia Sa Teles (eladiocinema@yahoo.com.br terça-feira, 17 de junho de 2008 09:01)
Caro Sr. Osmar Pires, agradeço os estimulantes textos que tem escrito e publicado. Manifesto, também, a satisfação de ter uma opinião minha, citada no seu artigo Fica sujo?.
Parabéns pelo seu trabalho.
Eládio Garcia Sá Teles – produtor cultural, presidente da Associação Goiana de Cinema e Vídeo, premiado na 1ª edição do Fica com a animação A Lenda da Árvore Sagrada.

(20) Luis Henrique de Faria Machado (luisdesenholuis@hotmail.com terça-feira, 17 de junho de 2008 09:01)
É com satisfação que leio o artigo Fica sujo? que faz profunda avaliação das entrelinhas da cultura brasileira. Sou muito honrado pela oportunidade de desfrutar a contribuição do autor do artigo, prof. Osmar Pires, como mestre na democratização da aprendizagem do conhecimento especializado.
Luiz Henrique de Faria Machado – especialista em Perícia Ambiental pela UCG.

(19) Paulo Ney Rabello (paulorabello@uol.com.br segunda-feira, 16 de junho de 2008 20:41)
Caro Osmar, com interesse, li seu excelente artigo sobre o FICA e posso afirmar que você limpa nossas mentes cansadas de tantos encontros ambientais e ambientalistas sem um resultado prático de atingir os próprios participantes. Faz tempo que ouvi uma expressão de um colega da CNEN que muito caracteriza encontros deste tema em todos os níveis: "é muito cocoricó e pouco ovo!".
Quando Goiânia plantou flores em seus canteiros, muitas delas, no princípio, foram arrancadas pelos próprios habitantes. A continuidade e persistência da semeadura do belo viraram o jogo e hoje o próprio goianiense combate qualquer ataque às praças, jardins e parques.
Seu artigo é um libelo para todos que participarem do festival deixar Goiás mais limpo que o ano anterior. Haverá um dia em que a cidade de Goiás será mais limpa depois que antes do FICA. Isto porque mensagem como a sua fará com que o corpo e a mente dos participantes estejam mais limpos ao saírem da semana do FICA que quando chegaram.
Fica suja toda nossa geração, a que mais devastou, sujou e depredou nossa casa, e que ainda reluta assumir uma postura conservacionista. Agradeço a você a balançada que causou nas entranhas do FICA que a partir do seu artigo fica mais limpo.
Sinceramente,
Paulo Ney P. Rabello – servidor público federal aposentado, ex-superintendente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em Goiás.

(18) Ronald Barni (rbarni@uol.com.br segunda-feira, 16 de junho de 2008 19:03)
Prezado Osmar, seu artigo Fica sujo? é excelente. A propósito, sendo expert no assunto (importantíssimo nos dias atuais e futuros deste planeta), pergunto: i) Existem Gestores Ambientais com formação acadêmica específica, para atuar com propriedade em suas empresas? ii) quais as Universidades/Faculdades que estão formando estes gestores no Brasil?
Percebe-se que profissionais com formação em outras áreas, estão atuando por força de suas atividades com o meio ambiente - apenas esforçados, outros curiosos, etc. Isto prevalece tanto nas empresas privadas como nas empresas e órgãos públicos, a exemplo da situação caracterizada no artigo supra.
Abraço do Ronald Barni – economista, vice-presidente Administrativo da Ordem dos Economistas do Brasil.

(17) Mario Monzoni (http://www.ces.fgvsp.br segunda-feira, 16 de junho de 2008)
O artigo Fica sujo?, postado no Portal do Meio Ambiente, está publicado em: http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm/www.nationalpost.com/images/index.cfm?fuseaction=noticia&IDnoticia=119216&IDidioma=1.
Mario Monzoni – coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces), professor da Fundação Getúlio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP), doutor em Administração Pública e Governo pela FGV-EAESP. mestre em Administração de Política Econômica pela School of International and Public Affairs (SIPA), da Columbia University, Nova York/EUA, mestre em Finanças Públicas pela FGV-EAESP, bacharel em Administração de Empresas pela FGV-EAESP.

(16) Havita Rigamonti (havitavideo@yahoo.com.br segunda-feira, 16 de junho de 2008 11:30)
Osmar, parabéns pelo artigo Fica sujo?, publicado no Diário da Manhã. Até que enfim alguém tem a coragem de comentar sobre o FICA.
Sou cinegrafista e trabalho só com questões ambientais. Participei de uma das edições do festival e para mim foi suficiente. Nesta ocasião, perguntei a um jornalista famoso que proferia uma palestra: de que forma o festival contribuía na prática para os povos e o ambiente natural sofrerem menos – citei o caso da contaminação do Lago Serra da Mesa e o golpe que moradores levaram da empreiteira. Ele simplesmente não respondeu, não encontrou palavras e o olhar se perdeu na multidão da platéia pasmada.
Não há coerência, é um desfile de biodesagradáveis que dá dó. Perfeito quando coloca o termo grupelho para os que comandam o Fica. Um bandinho de pseudos, tentando aparecer em entrevistas inflamadas com os jargões tradicionais desta área. É por estas e outras que continua a degradação nos ambientes naturais.
Havita Rigamonti – técnico em Ecoturismo, apresentador de programa semanal na TV Record Paraná (RIC TV), cinegrafista premiado internacionalmente. Visite o site: Cinegrafista De Natureza www.havitarigamonti.blogspot.com.

(15) Samuel Albernaz. (samuel.albernaz@gmail.com domingo, 15 de junho de 2008 18:25)
Parabenizo o autor, professor Osmar Pires, pelo artigo Fica sujo? e o Diário da Manhã por oportunizar a publicação sobre este assunto.
Samuel Albernaz – administrador, bacharel em Administração e Economia pela UCG, pós-graduado em Políticas Públicas pela UFG, diretor do Conselho Federal de Administração.

(14) Renato Barbieri (vg_renato@terra.com.br domingo, 15 de junho de 2008 10:59)
Parabéns ao Diário da Manhã pela publicação do artigo, lúcido e corajoso, intitulado Fica sujo?, do articulista Osmar Pires. Acrescento ainda que a seleção oficial de filmes do Fica está totalmente viciada, pois só entram filmes estrangeiros e goianos. Logicamente que todos esses devem estar presentes, mas a mostra está longe de ser significativa do que é produzido no Brasil em termos de cinema/vídeo ambiental.
Renato Barbieri – cineasta e produtor da Videografia – Brasília/DF, formado em Psicologia pela PUC/SP, autor de extensa filmografia/videografia laureada com 23 prêmios no Brasil e no exterior – nove prêmios no Festival de Cannes de 1999 para Atlântico Negro – Na Rota dos Orixás e Prêmio Internacional de Finalização da OCIC para Malagrida, 2001.

(13) Naim Freitas (cortaporta@yahoo.com.br sábado, 14 de junho de 2008 19:58)
Osmar Pires, parabéns e muito obrigado pelo artigo Fica sujo? Além de ser útil para o meu trabalho de educador (e talvez diretor de escola em 2009), é oportuno em se tratando de FICA, pois a grande maioria da população goiana não sente nem de longe os efeitos deste festival no que tange à questão ambiental.
Fico pensando o que fazer ou dizer aos nossos alunos de periferia sobre um assunto aparentemente secundário – meio ambiente – ante problemas estruturais como alimentação, emprego e saúde. Temos alguns textos, brinquedos , jogos e livros que ajudam na reflexão do assunto, mas a escola precisa romper suas práticas repetidas e conhecidas de leitura oral e escrita e partir para a prática e essa ação ter respaldo contínuo dos meios de comunicação, como uma forma de mapear a evolução das iniciativas acadêmicas do ensino fundamental e destacá-los.
Áudio e vide, palestras e práticas presenciais nas escolas, seriam o ideal para que aquietemos nossas libidos na execução dos projetos socioculturais promovidos pelas entidades públicas e internalizemos o compromisso para com o futuro e a saúde de nossa gente.
Naim Freitas – professor de ensino fundamental da rede pública estadual de Goiás.

(12) Josias Dias da Costa (josias.mineirense@gmail.com sábado, 14 de junho de 2008 14:47)
Muito grato ao Diário da Mahã pela publicação do belo e instigante artigo Fica sujo?, de autoria do articulista Osmar Pires.
Josias Dias da Costa – monge do Mosteiro São Francisco em Mineiros/GO.

(11) Milton Ferreira Nunes (notlim9@hotmail.com sábado, 14 de junho de 2008 12:47)
Achei mui oportuno o artigo relacionado ao FICA, do prof. Osmar Pires. Parabéns ao DM por contar no seu quadro de articulista com uma pessoa de grandes conhecimentos na área da ecologia e do meio ambiente.
Milton F. Nunes – jornalista d’O Povo de Goiás – um jornal com tiragem de 7.500 exemplares no sudoeste www.opovogoias.com.br.

(10) Coronel Almeida (coronel.almeida@gmail.com sábado, 14 de junho de 2008 11:40)
Sr. Osmar Pires, parabéns pelo artigo Fica sujo?. Goiás precisa de homens de coragem. Às vezes, as pessoas não estão preparadas para isso: o que ouvir, o que precisa ser dito. Daí a fomentação dos não pensadores.
Mas, gostaria de poder publicar o vosso artigo ou outro em nossa REVISTA FORÇA, órgão de divulgação da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares de Goiás, a ser veiculada em julho, quando do aniversário de 150 anos da PM-GO.
Atenciosamente,
Coronel Almeida – Associação dos Policiais e Bombeiros Militares de Goiás.

(9) Cristiane Prizibisczki (editor@oeco.com.br terça-feira, 13 de junho de 2008, disponível em:<http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=162&date=currentDate&contentType=html>.
A história do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental sempre foi acompanhada por um desafio inglório, o de não apenas reproduzir (ou reduzir-se) o discurso dominante de apropriação das questões ecológicas unicamente para efeito de marketing.
Ao longo de suas dez edições, o objetivo de promover a cultura cinematográfica para a defesa do meio ambiente muitas vezes não foi alcançado, seja por fragilidade da própria organização ou porque a dicotomia que ainda existe no Brasil entre cultura e economia, política e meio ambiente, por exemplo, foi evidenciada.
Como falar de preservação se, nas primeiras edições do evento, não havia coleta de lixo eficiente e o acúmulo de detritos e outros materiais se tornou um sério problema para a cidade – e um inconveniente para os turistas? Ou como suplantar a contradição de que o festival é realizado no coração de um bioma reduzido de forma avassaladora e em uma cidade que foi parcialmente destruída em 2001 por uma enchente agravada pelo desmatamento das cabeceiras do Rio Vermelho?
A resposta para tais questões certamente não é simplista. Como também não são as ações que tiveram de ser tomadas – e ainda terão de ser – para conter ou evitar os efeitos da interferência do homem no meio ambiente local.
No entanto, apesar desta cena, digna de filme de terror, muitas conquistas também foram incorporadas à história do FICA: a implantação do Parque Estadual Serra Dourada, em 2003, o lançamento do programa “Fica Limpo” – um mutirão de limpeza que se forma durante o evento – e a descentralização de ações de educação ambiental certamente estão entre elas.
Em 2008, ao completar 10 anos, o FICA ainda terá de somar à sua balança de resultados positivos e negativos um novo fato: a recente extinção da Agência Ambiental de Goiás, que antes tinha vida própria, mas foi incorporada definitivamente à Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Para Osmar Pires Martins Júnior, engenheiro agrônomo e presidente da Agência entre 2003 e 2006 – que na última quinta-feira destrinchou os problemas e desafios do FICA em artigo publicado no jornal goianiense Diário da Manhã –, a pergunta que o Festival terá de responder não é mais somente relacionada à qualidade dos filmes exibidos, mas sim se o “cinema ambiental” continuará a ser uma palavra composta ou se será reduzido ao vocábulo simples “cinema”.
Cristiane Prizibisczki - jornalista d’O Eco - site de jornalismo e meio ambiente feito pela “Associação O Eco”, ONG sem fins lucrativos criada por Manoel Francisco do Nascimento Brito Filho, Marcos Sá Corrêa e Sérgio Abranches; foi repórter do Portal e Revista Imprensa e free-lance do UOL e Editora Abril.

(8) Denize Teixeira Martins (denizetm@gmail.com sexta-feira, 13 de junho de 2008 07:02)
Parabéns ao articulista Osmar Pires pelo artigo Fica sujo?, publicado pelo Diário da Manhã, na edição do dia 12 último.
Somos agraciados por termos um guardião ambiental entre nós, que sempre atento aos desmandos dos políticos e de alguns segmentos da sociedade, que no meu entendimento, só se preocupam com os seus interesses. Nos congratulamos com o DM e sua equipe de articulistas, do quilate do prof. Osmar. Continue sempre dando sua contribuição na conscientização ambiental, para que nós e nossos filhos vivamos num mundo melhor.
Denize T. Martins – Funcionária Pública Estadual de Goiás.

(7) Ivanilton Oliveira (oliveira@iesa.ufg.br quinta-feira, 12 de junho de 2008 21:26)
Gostei muito do texto do articulista Osmar Pires, da crítica que apresenta e da reflexão que suscita no artigo Fica sujo? Está mais do que na hora de eventos dessa natureza propiciarem uma mudança de atitudes na sociedade. Vejo isso claramente no dia-a-dia de um instituto como o IESA, que leva o termo "ambiental" no próprio nome, e ainda assim está longe de ser um exemplo de instituição "ambientalmente consciente".
Pior ainda é a situação da UFG como um todo, que desperdiça recursos (papéis, copos descartáveis, água, energia etc.) como se não fosse dela a necessidade de criar um exemplo - em especial para os quadros que forma, que vão gerar opinião ou mesmo responder pelas políticas públicas e a ação social organizada daí em diante. Tomara que algo realmente mude, a bem da sustentabilidade do planeta.
Ivanilton José de Oliveira – professor doutor, Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás (IESA/UFG).

(6) Leda Selma (poetaledaselma@hotmail.com quinta-feira, 12 de junho de 2008 19:32)
O artigo Fica sujo? é por demais oportuno e lúcido; bem retrata o abismo entre o "discurso" e a realidade, deixando à vista as contradições, alegorias e contra-sensos que permeiam as propostas do FICA.
Parabéns ao DM por oportunizar ao autor levantar questões de tamanha importância. Retornei a este veículo (DMRevista, aos sábados), após um ano e meio de "férias". É muito bom fazer parte de uma equipe de articulistas e cronistas do porte de Osmar Pires.
Lêda Selma – poeta, escritora da Academia Goiana de Letras (AGL) articulista do Diário da Manhã.

(5) Mara Emilia (mara.Emilia@gmail.com quinta-feira, 12 de junho de 2008 18:40)
Prof. Osmar Pires, parabéns ambientais com caráter político, porque, se não agirmos assim, vamos continuar praticando apenas o discurso (vazio e eleitoral) da sustentabilidade.
Mara Emília – Goiânia/GO.

(4) Brasigois Felício Carneiro (brasigoisfelicio@hotmail.com quinta-feira, 12 de junho de 2008 16:47)
O articulista Osmar Pires, pela lucidez do texto Fica sujo? está certo em sua denúncia: o Fica ficando sujo, e nada fazendo pelo meio ambiente sequer da cidade e da região onde se realiza, para que vem a servir, a não ser para a gastança de dinheiro público em jantares e coquetéis?
Brasigois Felício – Escritor, membro da Academia Goiana de Letras (AGL) e da União Brasileira de Escritores – Seção Goiás (UBE/GO), articulista do Popular.

(3) Vania Ferro (vania_ferro@hotmail.com quinta-feira, 12 de junho de 2008 11:31)
Parabéns ao Diário da Manhã pela publicação do artigo Fica sujo?, do articulista Osmar Pires. Enviei este artigo para os membros do Fórum Permanente de Cultura, que são as pessoas diretamente relacionadas ao assunto, que devem fazer este tipo de questionamento, que cobram posturas e atitudes no meio cultural. Muito oportuna a discussão levantada pelo prof. Osmar Pires.
Estive no último sábado do Fica do ano passado, pensando ver algo interessante. Que decepção! As salas dos filmes vazias. As mostras de artes plásticas deixavam a desejar. Amontoadas na praça principal estavam pessoas que não tem nada com este "tipo de cultura". Voltei logo ao chegar, pois não dava para andar naquela cidade, muiiita gente. E o que mais incomodava, o som altíssimo!
Vânia Ferro – artista plástica e escultora, vice-presidenta da Associação Goiana dos Artistas Visuais.

(2) Emmerson Kran (conexaoambiental@hotmail.com quinta-feira, 12 de junho de 2008 09:49)
Bom artigo. Semana passada, dois convidados (Brasigois Felício e Eládio Teles) participaram do programa Conexão Ambiental, da Rádio Difusora, pra discutir arte e meio ambiente e, claro, o Fica foi assunto da discussão.
Lembro-me das primeiras edições do Fica que participei. Fiquei chocado. Mas, pensando bem, já que em termos de política não deve esperar muita coisa, resolvemos agir. Na época, apresentamos um projeto para mobilizar e envolver a população neste evento. Não fomos contemplados. Tempos depois "apareceram" projetos semelhantes ao nosso. Tudo bem.
Até hoje, segundo um dos entrevistados, o Fica não fez uma contribuição em termos de reflexão em torno da questão ambiental. Talvez por ser um evento pontual, não se compromete como deveria. Então vem a pergunta, cinema ambiental pra quê? Que fosse então um festival de cinema, sem conotação que engesse a partipação de outros temas! O produtor cultural Eládio Teles defende essa idéia. Segundo ele seria mais democrático.
Pra concluir, pergunto: um filme, um documentário que retrate, discuta e debata as questões da vida, do futuro, que denuncie em cores claras nossos problemas, tem preocupação ambiental como qualquer outro, ou não? Então, cinema ambiental não existe, ou tudo que existe pode ser chamado de cinema ambiental?
Emmerson Kran – jornalista, apresentador e coordenador programa Conexão Ambiental, Rádio Difusora.

(1) Marilda Shuvartz (shumabio@uol.com.br quinta-feira, 12 de junho de 2008 09:45 e publicado n’Opinião do Leitor, Diário da Manhã, 16/6/08, Opinião, p. 6)
Concordo plenamente com o articulista Osmar Pires, no artigo Fica sujo? que acabo de ler no DM on-line. O Fica tem que ser ambiental, na etimologia e na prática. Caso contrário, tornar-se-á apenas um evento que suja a bela cidade de Goiás. O seu papel é alertar, informar e conscientizar as população, visitantes e pessoas em geral. Estes objetivos se fazem necessários ontem, hoje e no futuro.
Conheço outros destinos turísticos da América do Sul. Na Patagônia, onde estou de férias no momento, falta preocupação também com a relação entre as questões ambientais e o turismo. O que se vê é muito lixo, impactos ambientais e culturais...
Marilda Shuvartz – professora do ICB/UFG, doutora em Ciências Ambientais.

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