PIRAEUS, PIREUS, PIREU OU PIRE: A CIDADE ORIGINÁRIA DOS PIRES
Eliomar Pires Martins e Osmar Pires Martins Junior no Porto de Pireu, porta de entrada de Atenas, em maio de 2019 |
No Século VI, os primeiros Pires saíram do Porto de Pire, a 7 km de Atenas, na Grécia, rumo à Espanha Mediterrânea e se estabeleceram na Península Ibérica, Astúrias, Galiza, Porto e Lisboa, chegando ao Brasil no seu descobrimento.
A PENÍNSULA IBÉRICA
A ancestral ibérica é Eloalli Bitular Pires de Galiza (Elo Pires) - nora, cunhada e mãe de reis visigodos, décima avó de Godilona Mendes de Coimbra, que se casou com Lucídio Vimaranes, filho de Vimara Peres - cavaleiro fidalgo que, designado pelo Rei Afonso III das Astúrias, libertou a cidade do Porto do domínio mouro, no ano 868 (1, 6).
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
Luís Pires, comandante do Navio n° 12 Mercante S. Vicente, da Esquadra de Cabral, aportou em Santa Cruz de Cabrália - BA, em 22/04/1500 (2).
OS JESUÍTAS
O jesuíta Antonio Pires, primo de Luís Pires, chegou ao Brasil em 1549 na comitiva de Tomé de Souza, o primeiro governador-geral do Estado do Brasil.
Antonio Pires se somou aos notáveis jesuítas Manuel da Nóbrega, José de Anchieta, Simão de Vasconcelos, Antônio Vieira, Serafim Leite, dentre outros, na missão civilizatória da Companhia de Jesus.
Os jesuítas contribuíram para delinear os traços mais marcantes da formação cultural e educacional brasileira no primeiro século da colonização com as primeiras instituições de ensino nas Capitanias Hereditárias.
A Companhia de Jesus promoveu histórico processo civilizatório inclusivo dos povos nativos, a exemplo das Missões no Rio Grande do Sul e do povoamento de Mossâmedes em Goiás.
Tanto atuou na defesa dos povos nativos, freando a cobiça colonizadora e contrariando os interesses latifundiários que a Companhia foi banida do Brasil Colônia pelo representante da Coroa, Marques de Pombal (3).
Segundo Darcy Ribeiro, a intenção do Marques de Pombal foi "acabar com a experiência socialista precoce dos jesuítas" (4).
OS SERTANISTAS
A genealogia Pires é fonte para a colonização brasileira. Maria Pires, casada com o capitão espanhol Bartholomeu Bueno de Ribeira, é mãe do bandeirante Francisco Bueno de Ribeira, avó e bisavó do 1° e do 2° Anhanguera, os homônimos Bartolomeu Bueno da Silva, pai e filho, desbravadores do sertão dos Goyazes e este fundador da Vila Boa de Goyaz.
O mito do Bandeirante, inspirado pelo tino sertanista e espírito de aventura, está presente na cultura goiana, mas a vida real, marcada por dificuldades econômicas, conflita com o imaginário.
O Bandeirante enfrentou processos instaurados pelos representantes da Coroa, morreu decadente no Arraial da Barra e seus descendentes, empobrecidos (5).
OS DESBRAVADORES
Na rota da interiorização nacional, Quintiliano Pires dos Santos, Francisca Vieira de Moraes e seus doze filhos desbravaram e povoaram o Centro Oeste Goiano, desde o Século XVIII.
Os filhos e netos do casal Quintiliano - Francisca são:
1 - INÁCIO PIRES DE MORAES, sem filhos conhecidos;
2 - MARCELINA PIRES DE MORAES, casada com Pedro Martins da Rocha, teve 2 filhos (Quintino e Felícia);
3 - RITA PIRES DE MORAES, casada com Joaquim Sardinha, sem filhos conhecidos;
4 - MARIA PIRES DE MORAES, casada com Augusto; sem filhos conhecidos;
5 - ANTÔNIA PIRES DE MORAES, casada com João Martins Honostório (foi prefeito de Palmeiras de Goiás), sem filhos;
6 - ANA PIRES DE MORAES casada com Pedro Campos;
7 - JOVINA PIRES DE MORAES, casada com Valeriano Leão "Coronel Vaiano", teve 1 filha adotiva (Maria Lopes Alves) e 2 filhos naturais (Manoel e Maria Pires Leão), sendo Maria casada com Jales Cardoso Machado;
8 - BÁRBARA PIRES DE MORAES, casada, teve 2 filhos (Joel e Francisco Martins da Rocha);
9 - JOSÉ PIRES DE MORAES, casado com Umbilica Rita de Abreu, teve 3 filhos (Quintiliano, Francisca e Jozina);
10 - FELÍCIA PIRES DE MORAES, casada com Jovino Batista da Silva, sem filhos;
11 - MANOEL PIRES DE MORAES, casado em primeiras núpcias com Genoveva Martins de Souza, teve onze filhos (Asmira, Otávio, Hygino, Affonso, Possidônia, Maria, Leonardo, Azor, Quintiliano, Genoveva e Manoel Pires Martins) e em segundas núpcias com Josefa Sardinha da Costa, teve quatro filhos (Jeová, Dágna, Walter e Amélia Pires Sardinha); e,
12 - FRANCISCO PIRES DE MORAES, casado com Josefina Carolina do Carmo Arantes "Dona Zefinha", teve 7 filhos (Manoel, Filomena, Bertulina, Altina, Inácio, Ambrosina e Antônio Pires Arantes).
O LEGADO
Os familiares Pires de Moras formaram fazendas produtivas de 100 mil alqueires goianos sem o desenvolvimento de latifúndio e com democratização fundiária, possibilitaram o povoamento, surgimento de vilas, distritos e municípios.
Essa forma de ocupação do território deixou um legado consistente na formação de um polo regional dos mais importantes do agronegócio brasileiro e mundial (6).
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1 PIRES, D. Os provisórios: a saga dos Pires Cerveira. Bento Gonçalves: Ed. do Autor, 1977
2 DIAS, C. M. (Coord.). A história da Colonização Portuguesa do Brasil. Edição Monumental Comemorativa do Primeiro Centenário da Independência do Brasil. V. II. Porto, Portugal: Litografia Nacional, 1923, pp. 55, 150 e 152. 464p.
3 COSTA, C. J.; MENEZES, S. L. A educação colonial no Brasil. In: ROSSI, E. R. et al.. Fundamentos históricos da educação no Brasil. 2. ed. Maringá: Eduem, 2009. p, 45, 166p.
4 RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
5 CURADO, B. O triste epílogo dos Anhanguera. Santa Cruz de Goiás: s. ed., 2012.
6 MARTINS JUNIOR, O. P. Família Pires: história e árvore genealógica de Manoel Pires de Moraes, Genoveva Martins de Souza e Josefa Sardinha da Costa. Goiânia, Kelps, 2017. 390p.
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