Osmar
Pires Martins Júnior
Bacharel
em Direito e Doutor em C. Ambientais
Torcedor
do Tigrão, desde 1969
O jogo amistoso entre o time de maior torcida do Brasil e o de
maior torcida de Goiás ocorreu no último sábado, dia 21. A notícia sobre o jogo
foi dada na segunda, dia 23, no Jornal do Almoço, pela afiliada da Rede Globo,
a TV Anhanguera, com a manchete: "o Serra Dourada lotou e ficou
dividido".
Em seguida, o repórter que é também o editor de Esporte da
emissora, disse, em tom ameno, quase balbuciando, no meio da matéria:
"ficou dividido, mas a torcida do Vila era maior".
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Jogadores do Vila, no jogo contra o Flamengo, no Serra Dourada, dia 21/01/2017 |
O time de futebol que tem a torcida do repórter-editor da emissora,
todos sabem, é o Goiás. Assim, o editor ditou o rumo e o
conteúdo da matéria, com ênfase para a manchete - “torcida dividiu o estádio”.
Dividiu em quantos pedaços? Se ao meio, quer dizer dois pedaços iguais. Mas, se
um pedaço é maior que o outro, os pedaços são desiguais.
Então, o temo “dividido”, teve o objetivo de induzir a opinião do
ouvinte à falsa ideia de que as duas torcidas eram iguais, disfarçada
pelo tímido adendo, "mas uma é maior que a outra"...
Tenho fundadas razões para supor que, caso a torcida do Flamengo fosse a maior, a manchete de chamada da matéria sobre o jogo teria sido: "o Serra Dourada lotou e foi tomado pelos flamenguistas".
São muitos que leem só as manchetes do jornal, tal como são
muitos os que só escutam as chamadas do telejornal.
Portanto, a matéria da TV Anhanguera desinformou o Brasil que,
em Goiás, nem o Flamengo ou tão pouco o Corinthians, rivalizam com a torcida do
Tigrão. Essa verdade não pode ser dita. Tem que prevalecer uma mentira,
que vem sendo apregoada e martelada na cabeça das crianças: "o Goiás seria
o melhor time e de maior torcia". E isso, não é verdade. Quem vai aos
estádios sabe disso.
POR QUE ESTOU
ABORDANDO ISSO?
Afinal, sempre
existiu, em todos os campos da atuação humana, a visão partidária, tendenciosa,
seletiva, parcial e facciosa. Alguém poderia dizer que estou agindo assim, aqui
e agora.
A questão é que a
parcialidade, na conjuntura atual, é parte da política oficial. Ela se tornou
marca característica das pessoas, das instituições, das empresas e das
organizações, em todos os setores da sociedade, até onde não deveria, o
Judiciário.
Ontem, duas
colunistas dos jornais Folha e Estadão, que são da Globo, apregoaram
abertamente, que:
"[...] A
escolha do novo ministro do STF deve ser feita partidariamente. Assim, é
preciso achar uma brecha no Regimento da Corte Suprema para que o substituto de
Teoria resulte de num acerto entre Carmen Lúcia e o presidente Temer
[...]".
Ora, não foi essa
mesma mídia que fez campanha para impedir que a presidente Dilma nomeasse 5
novos ministros? Estas vagas seriam abertas com a aposentadoria compulsória dos
que completaram 70 anos de idade durante o seu mandato.
O que fez o Senado?
Para atender o clamor da opinião pública, ou melhor, publicada, o Senado
aprovou uma emenda constitucional ampliando a limite para 75 anos e, com isso,
o que hoje é tido como "natural", não foi exercido.
A mídia
monopolista, agora, sem crise, noticia a "natural" atribuição
constitucional do Presidente da República de nomear os magistrados para o STF e
o STJ.
O PARTIDARISMO NO
FUTEBOL
Os adversários
poderosos e endinheirados do futebol goiano e seus "torcedores"
facciosos, tentam há muitas décadas, destruir o clube de maior torcida.
Conseguiram, em parte, diminuir o tamanho do clube.
E tentam, também,
diminuir, reduzir o seu tamanho da sua torcida, ridicularizando,
desmoralizando, criminalizando, mentindo, difamando, escandalizando, fabricando
crises e mais crises...
PEQUENO ASPECTO DO
PROBLEMA.
Lembram-se da
defesa com a mão do volante esmeraldino Túlio, debaixo da trave do gol do
Goiás, no começo do primeiro tempo de uma decisão de campeonato?
O volante defendeu,
como goleiro, um gol certo do atacante Anderson, do Vila. O juiz do apito
marcou escanteio, "a favor do Vila", como disseram, à época, os
mesmos repórteres facciosos de hoje. E ainda expulsou dois jogadores colorados.
Pois é: o adversário
esmeraldino havia decidido dominar o futebol goiano. Para isso, teria que
destruir o adversário, a começar pela sua conquista exclusiva, que deveria
também ser, a qualquer custo, do Goiás: o TETRA.
O hoje vereador
Kajuru, que é locutor esportivo, denunciou à época: o juiz de futebol, que
“confundiu pênalti com escanteio”, era funcionário, com carteira assinada, da
empresa de ônibus do poderoso cartola e então presidente do clube esmeraldino.
O “erro” do homem
do abito abriu caminho para a estratégia de domínio do periquito, transformando
o campeonato goiano num dos menos atrativos do Brasil.
Um torneio que, na
década de 1970, rivalizava com os campeonatos mineiro, gaúcho e paranaense.
Tanto que campeões brasileiros, titulares e craques de grandes times, vestiram
a camisa do Vila Nova.
São exemplos,
alguns craques que fizeram parte da gloriosa jornada do tetra campeonato, pelo
tigrão, como Erivelto e Jorge Vitório, oriundos do Fluminense; Danival, Zé
Ronaldo e Paulinho, do Atlético Mineiro.
HIPÓTESE
EXPLICATIVA
A minha hipótese
para explicar a decadência do futebol regional, como o goiano, está na
seletividade viciada, no favorecimento e na eliminação de times, fora de campo,
levando à eliminação de oponentes, fragilizando a salutar competição dentro de
campo.
Este fenômeno também ocorre
em outros campos da atividade humana, como na política e no poder público,
fragilizando, em consequência, a própria sociedade.
APARTIDARISMO NA POLÍTICA?
A seletividade no futebol, na política e no poder público,
fragiliza a sociedade.
Na política, a ditadura é o extremo do partidarismo: só se
permite um partido, que está no poder, representando uma minoria.
Sem times fortes e competitivos, quem se enfraquece é o próprio
futebol e, em cadeia, os clubes, os jogadores, a imprensa etc.
Da mesma forma, no poder público, a falta da democracia implica
em perda da competição política, perseguição e eliminação do adversário, o que
enfraquece a própria política, a cidadania, a ética e a civilidade.
Tem-se o efeito bola de neve, que atinge os próprios partidos,
os sindicatos, a imprensa, a economia, o comércio, as empresas e a população.
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