Desmoronamento da Marginal Botafogo:
A vingança do Parque contra a Marginal, em 21.02.2018: Parque Linear Botafogo com o Córrego Botafogo canalizado e ambas as margens invadidas pela Marginal Botafogo |
Uma obra associada a 3 crimes, no mínimo:
1) contra o Plano Urbanístico tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO;
2) contra o Parque Linear Botafogo criado por Pedro Ludovico Teixeira, Armando Augusto de Godoy e Attílio Corrêa Lima; e,
3) contra a vida do indefeso cidadão que transita pela cidade de Goiânia-GO, Brasil.
Vitória de Pirro:
O Parque Linear Botafogo perdeu a luta para a Marginal Botafogo, em prejuízo da vida e do dinheiro público, do meio ambiente e do patrimônio cultural da humanidade!
O Popular. Parque Linear Botafogo. Goiânia, 4 maio 1996, Capa |
No Meio Natural, a vazão que escoa pelo leito do manancial (Q) é o produto de uma larga seção (S) pela baixa velocidade da água (V).
No Meio Urbano, para dar vazão (Q) à água que drena de montante para jusante, os produtores do espaço urbano, motivados pela apropriação do espaço-mercadoria, adotam critérios de baixa recorrência (R) para subestimar Q e canalizam o manancial para reduzir S e aumentar V.
Assim, ocupam os espaços legalmente protegidos às margens dos mananciais, com fins eleitoreiros (implantação de Vias Marginais) ou ganhos imobiliários especulativos (condomínios, chácaras, concessionárias, shoppings etc).
Consequência:
A canalização dos mananciais, a apropriação das suas margens e implantação de marginais faz a sociedade pagar várias vezes o preço pelo desenvolvimento insustentável urbano:
i) dilapidação do erário (as Leis da Natureza reagem com a destruição de uma obra fadada ao fracasso e paga pelos impostos cobrados principalmente dos trabalhadores);
ii) enchentes (desastres naturais): a degradação dos mananciais contribui para episódios críticos mais frequentes, destruindo o patrimônio público e privado e ceifando vidas humanas;
iii) degradação urbana (eliminação de um Parque Linear), empobrece a paisagem urbana e a qualidade de vida dos cidadãos;
iv) destruição do meio ambiente (eliminação da flora, dos corredores ecológicos);
v) exaustão e poluição de um recurso escasso (água): a implantação de vias marginais torna mais escasso o recurso hídrico nas cidades e afeta o abastecimento público;
vi) desequilíbrio ambiental: a substituição de parques por mais vias pavimentadas provoca desconforto climático e degrada a qualidade de vida urbana (ilhas de calor e de secura).
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